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domingo, 27 de maio de 2007

O Cheiro do Ralo


O "Cheiro do Ralo" é o tipo de filme que merece espaço na mídia. Isso porquê faz parte de um gênero que o cinema nacional menospreza: o drama filosófico. Nessa película dirigida por Heitor Dhalia (que também dirigiu o menosprezado e não menos incômodo "Nina"), Selton Mello (na sua melhor fase) interpreta o asqueroso Lourenço; um intermediador que compra produtos usados para revender e que vive do prazer de controlar as pessoas à sua volta. O ralo é uma das obsessões de Lourenço, e se carateriza como o objeto que canaliza todas as suas frustrações, trazendo a tona toda sua perversidade. Paralelo a isso, a trama viabiliza um corte neste realidade quando traz a tona um resquício de afeto, demonstrado quando Lourenço conhece uma mulher, mas esse afeto é logo convertido em mais uma de suas obsessões e, nesse conturbado ambiente, Lourenço passa de caçador a caçado. Apesar do baixíssimo orçamento, o diretor conseguiu passar sensações e sentimentos de forma visual, como com os enquadramentos à distância, que refletiam o modo como Lourenço tratava as pessoas e suas caminhadas por ruas vazias, refletindo sua solidão. "O Cheiro do Ralo" não é um filme comum, mas sim a expressão de um sociedade cada vez mais distante da moral e cada vez mais fétida, assim como o odor que emana do ralo.


Veja o trailler: