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domingo, 6 de maio de 2007

Inércia


Recebi este poema de Maiakovski, poeta russo que, "supostamente", se suicidou após a Revolução de Lenin. Escrito ainda no início do século XX e que, atualizado, ainda reflete nosso estado de torpor perante o cerceamento redundante de nossas liberdades:

Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor de nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem, pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.